O professor Armando João Dalla Costa, da Universidade Federal do Paraná, assumiu relevante papel na disseminação de pesquisas sobre história de empresas no Brasil nos últimos anos. Foi presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica – ABPHE, entre 2011 e 2013, quando organizou em Curitiba o IX Congresso Brasileiro de História Econômica e a 10ª Conferência Internacional de História de Empresas, reservando uma mesa para debater os desafios dos Centros de Memória Empresariais do país.
Tendo acumulado considerável experiência de pesquisa sobre empresas, assim como desempenhado papel institucional em prol da área de História de Empresas, em 2017 foi convidado a redigir o artigo “História de empresas no Brasil: entre os desafios teóricos e os estudos de caso”, para o livro dedicado aos 25 anos da ABPHE. O objetivo do artigo de Armando Dalla Costa era, portanto, apresentar um balanço do desenvolvimento da área nas últimas décadas. O autor inicia esse percurso com uma breve evolução da Business History no exterior: apresentando o chamado paradigma chandleriano, passa pelo revisionismo das décadas de 1980 e 1990, que ao indicar a existência de grupos econômicos, questionavam o modelo de organização empresarial destacado por Alfred Chandler Jr., para então apresentar um panorama sobre os estudos existentes no Brasil.
Sobre a pesquisa em História de Empresas no Brasil, Armando Dalla Costa percorre as principais instituições que mantiveram espaços para a disseminação de investigação em história empresarial, como a própria Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica, a Fundação Dom Cabral e o Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da UFRJ-COPPEAD; levanta alguns dos significativos eventos dedicados à história de empresas, como as mesas dos Congressos Brasileiros de História Econômica ou dos Congressos Latino-Americanos de História Econômica e o Workshop Empresa, Empresários e Sociedade; e, finalmente, destaca relevantes temáticas existentes entre os pesquisadores brasileiros, como as obras sobre as origens da industrialização no Brasil, ou sobre o recente processo de internacionalização das empresas brasileiras.
O artigo aponta para uma crescente preocupação com a temática de História de Empresas entre os pesquisadores brasileiros, ainda que comparativamente com as experiências latino-americanas como do México, Argentina e Colômbia, o país ainda tenha uma produção tímida. Armando Dalla Costa conclui levantando uma necessária agenda de pesquisa, que deve não somente ampliar os estudos de caso, mas também buscar se aproximar da teoria internacional que ainda é pouco difundida no Brasil. Finalmente, termina sugerindo a maior intersecção entre pesquisadores e os Centro de Memória Empresarial: não temos dúvidas de que este deve ser um caminho a ser percorrido nos próximos anos.