Centros de Memória – Uma proposta de definição

Anna Maria Camargo e Silvana Goulart Indicação: Marcia Pazin, Doutora e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo. Docente do curso de Arquivologia na Faculdade de Filosofia e Ciências/UNESP. Autora do livro Arquivos de organizações privadas: funções administrativas e tipos documentais. Tema: memória

Ana Maria de Almeida Camargo, professora Doutora do Departamento de História, da FFLCH/USP é uma das mais importantes pesquisadoras sobre documentos e arquivos no Brasil. Ao lado de Solange Goulart, mestre em História Social e especialista em organização de arquivos, escreveu o livro “Centros de Memória: uma proposta de definição”, com o objetivo de sistematizar o conhecimento sobre esta entidade, responsável pela preservação de acervos históricos, cada vez mais presente nas instituições brasileiras.

A partir da comparação entre arquivos, bibliotecas e museus, tradicional na literatura sobre o tema, as autoras estabelecem um lugar para os Centros de Memória dentro da categoria de instituições de preservação, para além daquelas já consolidadas. A especificidade institucional que nasce a partir das novas demandas da sociedade para organizar espaços de preservação de documentos e a valorização da memória organizacional dão o mote para a busca de uma definição.

Esta busca pressupõe algumas questões essenciais. Qual o papel dos documentos nos centros de memória? E o conhecimento? Tangível e intangível se encontram tanto no modelo de administração predominante nas empresas quanto na formalidade dos documentos. Qual o papel de cada um deles, tanto na formação, quanto no uso que se dará a essas novas entidades, criadas com o papel de gerenciar acervos, mas também de produzir conhecimento a partir de seu conteúdo.

Para tentar responder a essas perguntas, as autoras delimitam o quadro atual dos centros de memória, estabelecendo um diagnóstico das principais práticas desenvolvidas em diferentes empresas e entidades. Trata-se portanto, de uma compilação realizada por duas pesquisadoras que têm observado ao longo das últimas décadas a construção e o gradativo fortalecimento dessa que é uma ferramenta cada vez mais usada para a gestão e uso dos documentos de valor histórico das organizações: a memória institucional.

A extensa bibliografia incluída ao final de cada capítulo contempla também uma ótima referência para os interessados no estudo das teorias, dos objetivos e dos procedimentos metodológicos envolvidos na criação de um Centro de Memória.